quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Dia de Bode

Hoje é um daqueles dias que precisa acender a luz... está nublado, querendo pensar em chover... legitimanto pelo léxico aquela expressão i'l faire deux....

Bem mau, por que minha lâmpada queimou.. tentei consertá-la e outra queimou... tentei denovo.. e queimou o bico... concluindo: lá se vão uns 70 paus pra chamar algum eletricista maisomenos... (essa gente ganha grana p caralho).

Feito o clima nostálgico, a falta de vontade de construir tudo, o café esfriando e a penumbra do quarto, a barba mal feita e os cabelos de quem acabou de acordar a cinco horas atrás.. Nada melhor pra terminar de pintar este quadro como o velho companheiro John denver na vitrola e a vaca da minha ex mulher ligando pra cobrar a pensão dos guri.

Essa intervenção recorrente me traz alguns fragmentos de memória, parte coisa boa... parte nem tanto.. a maioria eu nem sei pq penso! fico apenas revivendo aquele dia onde disse sim e ouvi do padre que "o que deus uniu, homen nenhum pode separar..". Ele não tem nem idéia de quão certo isso ai é! de como algumas coisas -como filhos- mantém unidas pessoas, mesmo que a contra gosto...

Mas principalmente é real aquela coisa toda de que: se uma pessoa passa por nossa vida, deixa um pouco dela e leva um pouco de nós... leva o dinheiro, a juventude, anos da tua vida.. e deixa contas, cicatrizes, pesadelos...

Junto com essa ruminação toda das coisas ruins que me marcaram, também lembro das coisas boas, das coisas que fizeram o tempo se dilatar ou encurtar, que tornaram momentos simples em grandes coisas, capazes de mover montanhas...

Não sinto nenhuma falta dela, mas tenho muita vontade de me sentir nas nuvens.

Tentei me lembrar em vão outro dia, como era bom quando eu sentia aquele tesão praticamente infinito, capaz de passar uma noite toda fazendo putaria, de querer quebrar recordes de metidas seguidas e ainda acordar cedo com um sorriso no rosto pra enfrentar o mundo; de como era bom quando eu sentia arrepios ao sentir meu corpo tocado de forma não mecânica, de poder agir também sem ser uma máquina, de rir e chorar também..

Tive de desabafar com uma colega de trabalho, correndo o risco de parecer um velho chorão ridículo... Ela, em situação semelhante a minha, me falou que achava estes sentimentos comuns.. e que tinha medo de não conseguir viver isso com mais ninguém... (assim como eu tenho) pois o tempo passa, as pessoas se acomodam, se tornam objetivas quando o tempo é curto.. engolem os momentos, precipitam as migalhas de felicidade da solução pela ansiedade e.. não sei, mas acho que quase tudo ta perdido.

Em dias como hj, com a luz queimada e a coisa toda, começo a perder a esperança, vou secando e endurecendo, vou percebendo que há pessoas que tem família apenas pra ter alguém por perto, que talvez, eu deva apenas dançar conforme a música e também achar alguem..

Mas é tão difícil mudar, custa tanto.

Um comentário:

mariana s. disse...

Manuel anda tão nostálgico ultimamente... vamos injetar uma dose de loucuragem nele.